Naomi
Campbell admitiu pela primeira vez ter recebido um saco com diamantes na África
do Sul. "Vi algumas pedras, eram muito pequenas e estava sujas",
disse a modelo que a esta hora depõe como testemunha no julgamento do antigo
presidente da Libéria Charles Taylor. Com esta confirmação, Campbell poderá ser
uma das chaves para uma das acusações: tráfico de diamantes de sangue da
vizinha Serra Leoa, em período de guerra, com a ajuda de rebeldes armados.
Contudo, a modelo sublinha que não sabe quem lhe mandou entregar as pedras
preciosas.
Duzentos
repórteres de todo o mundo pediram acreditação para assistir à sessão de
julgamento esta quinta-feira em Haia mas apenas 40 têm lugar na sala.
Charles
Taylor, acusado de onze crimes contra a humanidade,
que incluem homicídio, violação, escravatura sexual e recruta de crianças para
as guerras na Libéria e Serra Leoa, em que morreram mais de 250 mil pessoas.
Segundo a
imprensa internacional, a acusação concreta que leva a modelo britânica ao Tribunal
Especial das Nações Unidas para
a Serra Leoa, que funciona numa ala do Tribunal Penal Internacional em Haia, na
Holanda, incluem um negócio clandestino de Taylor com os rebeldes da Serra
Leoa: ter-lhes-á comprado diamantes de sangue que depois usava
para adquirir armas. Os procuradores acreditam que um alegado presente que
Naomi recebeu do ex-ditador em 1997 pode ligá-lo ao tráfico destes diamantes,
que Taylor continua a negar.
Foi a actriz
norte-americana Mia Farrow quem contou pela primeira vez a história do diamante
de sangue oferecido a Naomi depois de um jantar de celebridades na África do
Sul, com Nelson Mandela como anfitrião. Mia Farrow garante que a modelo lhe
contou que durante a noite, depois do jantar, um grupo de homens bateu-lhe à
porta do quarto, apresentaram-se como representantes do presidente Charles
Taylor e oferceram-lhe um diamante. O agente de modelos Carole White confirma a
história, mas adianta que terão sido seis os diamantes oferecidos. Ambas estão
chamadas a depor na próxima segunda-feira.
Os
procuradores acreditam que a confirmar-se a história, que teria acontecido um
mês depois do encontro entre Charles Taylor e os rebeldes, o caso ficará mais
sólido. Naomi inicialmente desmentiu a história mas acedeu apresentar-se como
testemunha em Haia. Uma das condições é a intervenção de um advogado de forma a
proteger a modelo de questões que a possam incriminar.
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