sexta-feira, 23 de julho de 2010

NÃO AOS DITADORES - GUINÉ EQUATORIAL


Portugal contraria Brasil e trava adesão da Guiné Equatorial à CPLP

A diplomacia portuguesa rejeitou a adesão imediata à CPLP por parte da Guiné Equatorial, governada há 31 anos pelo ditador Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, e impôs um processo de entrada na Comunidade Países de Língua Portuguesa semelhante ao da União Europeia.
De acordo com o enviado da SIC Notícias à VIII Conferência de Chefes de Estado e de Governo da CPLP, que começou hoje em Luanda, Angola. Portugal apenas aceita o pedido de adesão por parte da Guiné Equatorial, obrigando este país africano a passar por um processo prolongado de adaptação às regras e às exigências da organização, tal como acontece na adesão à União Europeia.
O texto final da conferência foi escrito pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros português, Luís Amado, e no seu conteúdo apenas é aceite a formalização do pedido de adesão da Guiné Equatorial.
Foi o Brasil, que se tornou na potência diplomática com mais força na CPLP, quem colocou mais empenho na adesão imediata da Guiné Equatorial, por motivos geoestratégicos, que passam por uma preponderância brasileira na zona do golfo da Guiné. Ainda recentemente, o ditador da Guiné Equatorial visitou o Presidente brasileiro, Lula da Silva, e ambos assinaram vários acordos de cooperação.
Teodoro Obiang Nguema Mbasog prometeu fazer reformas e distribuir os lucros da indústria petrolífera, que tornam artificialmente a Guiné Equatorial como um dos países com maior produto interno bruto per capita: um índice mentiroso, pois os milhões do petróleo estão concentrados nas mãos da família do Presidente e da oligarquia que a rodeia, enquanto a população vive numa situação de miséria.
Esta decisão tomada na conferência da CPLP já era previsível, depois de nesta semana o primeiro-ministro português ter anunciado que não seria tomada qualquer decisão sobre o assunto. "O pedido foi feito. Ora, honra qualquer comunidade quando outro país quer entrar. Agora vamos analisar à luz dos critérios e dos estatutos da CPLP. O que estamos a falar é apenas de um pedido, não de adesão. (,..) Estamos a falar de um povo que, através do seu governo, pediu para aderir a uma comunidade. É lógico que temos de ver isso com regozijo. Mas temos as nossas leis, as nossas regras e os nossos estatutos. E, por isso, esse pedido tem de se conformar com os estatutos da CPLP", afirmou José Sócrates

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