Se existiam dúvidas, agora temos a certeza. Tudo
ficou mais evidente, após a novela dos
trágicos acontecimentos envolvendo o ex goleiro do Flamengo; sobre a
incompetência de muitos dos dirigentes que presidem aos destinos do futebol no
Brasil. Temos assistido quase
diariamente, a um desfilar de “barbaridades” e atentados às boas práticas de
gestão, por parte de clubes, federações e CBF. Tudo sob o alto patrocínio dos média.
Entre ontem e hoje assistimos a mais um ponto alto nas audiências
televisivas, com as declarações da
Presidente do Flamengo, informando “…que vai rescindir o contrato do
goleiro com justa causa” e só não o fez antes “ … porque teria de pagar a
clausula de rescisão no valor de EUR6 mio … mas vai exigir ao ex-jogador uma
indemnização por perdas e danos…” Para o
torcedor menos atento, nada seria mais correto. Mas enganam-se. Não passa de
uma tentativa de se “mascarar” o que para alguns é bem evidente.
O clube, “perdeu”
literalmente um dos seus ativos. Mais, perdeu qualquer hipótese em realizar
mais valias com o seu investimento, e dificilmente irá recuperar qualquer valor
por parte do ex goleiro. Garantidamente ficará sim , indiretamente associado, a
mais uma página “cinzenta” no historial recente do futebol brasileiro e no qual
o Flamengo tem se visto “envolvido” com demasiada frequência nos últimos meses.
Perdeu igualmente, e muito, com o desgaste na imagem e marca do clube, um outro
ativo importante, nomeadamente por via
do “merchandising”, - uma das principais fontes de receita de todos os clubes -.
Com o devido respeito, isto acontece porque não foi acautelado por
parte dos dirigentes, regras básicas quanto ao gerenciamento dos seus
principais ativos: os jogadores. Normas quanto; ao recrutamento, monitorização
de comportamentos e desempenhos, avaliação de riscos sociais e desportivos,
envolvendo alguns jogadores, não foram executadas
( pelo menos corretamente ). Consequência: em vez de prevenir e implementar
medidas corretivas, não. Agora “remenda-se” o que já não tem reparação
possível. E com isto se prejudica gravemente o património do clube e a
confiança de investidores - quer sejam bancos, empresas ou simples sócio
torcedor -.
Mais, receio que algumas outras “bombas-relógio” com características
semelhantes a este caso, possam “explodir” em outros clubes.
Se eu fosse sócio… pensava seriamente em entrar na justiça com um
processo contra os dirigentes responsáveis pelo gerenciamento danoso e
delapidação do património do clube. Talvez com isso estes pudessem aprender,
que por muito possamos torcer por um clube, tais tarefas não podem ser deixadas
a “amadores”.
Perante tais práticas - em qualquer empresa digna desse nome -, tais administradores eram despedidos, liminarmente e com justa causa.
@Ernesto Melo Vieira
Consultor- MEng, MSc, MBA
@Ernesto Melo Vieira
Consultor- MEng, MSc, MBA
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