sábado, 17 de julho de 2010

SE FOSSE SÓCIO DO FLAMENGO....





Se existiam dúvidas, agora temos a certeza. Tudo ficou mais evidente,  após a novela dos trágicos acontecimentos envolvendo o ex goleiro do Flamengo; sobre a incompetência de muitos dos dirigentes que presidem aos destinos do futebol no Brasil.  Temos assistido quase diariamente, a um desfilar de “barbaridades” e atentados às boas práticas de gestão, por parte de clubes, federações e CBF. Tudo sob o alto patrocínio dos média.
Entre ontem e hoje assistimos a mais um ponto alto nas audiências televisivas, com as declarações da  Presidente do Flamengo, informando “…que vai rescindir o contrato do goleiro com justa causa” e só não o fez antes “ … porque teria de pagar a clausula de rescisão no valor de EUR6 mio … mas vai exigir ao ex-jogador uma indemnização por perdas e danos…”  Para o torcedor menos atento, nada seria mais correto. Mas enganam-se. Não passa de uma tentativa de se “mascarar” o que para alguns é bem evidente. 

O clube, “perdeu” literalmente um dos seus ativos. Mais, perdeu qualquer hipótese em realizar mais valias com o seu investimento, e dificilmente irá recuperar qualquer valor por parte do ex goleiro. Garantidamente ficará sim , indiretamente associado, a mais uma página “cinzenta” no historial recente do futebol brasileiro e no qual o Flamengo tem se visto “envolvido” com demasiada frequência nos últimos meses. Perdeu igualmente, e muito, com o desgaste na imagem e marca do clube, um outro ativo  importante, nomeadamente por via do “merchandising”, - uma das principais fontes de receita de todos os clubes -.
Com o devido respeito, isto acontece porque não foi acautelado por parte dos dirigentes, regras básicas quanto ao gerenciamento dos seus principais ativos: os jogadores. Normas quanto; ao recrutamento, monitorização de comportamentos e desempenhos, avaliação de riscos sociais e desportivos, envolvendo alguns jogadores, não foram  executadas ( pelo menos corretamente ). Consequência: em vez de prevenir e implementar medidas corretivas, não. Agora “remenda-se” o que já não tem reparação possível. E com isto se prejudica gravemente o património do clube e a confiança de investidores - quer sejam bancos, empresas ou simples sócio torcedor -.

Mais, receio que algumas outras “bombas-relógio” com características semelhantes a este caso, possam “explodir” em outros clubes.

Se eu fosse sócio… pensava seriamente em entrar na justiça com um processo contra os dirigentes responsáveis pelo gerenciamento danoso e delapidação do património do clube. Talvez com isso estes pudessem aprender, que por muito possamos torcer por um clube, tais tarefas não podem ser deixadas a “amadores”.  

Perante tais práticas - em qualquer empresa digna desse nome -, tais administradores eram despedidos, liminarmente e com justa causa.


@Ernesto Melo Vieira
Consultor- MEng, MSc, MBA

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