sábado, 17 de julho de 2010

PODER DE INFLUÊNCIA

                                                                                                                             @ Ernesto Melo Vieira

Em busca de aumentar o seu poder de influência de uma forma suave, o Brasil está transformando em um dos maiores doadores de ajuda mundial. Mas não será  ir longe demais, demasiado depressa?
Um dos mais bem sucedidos programas pós-terramoto no Haiti é a transformação da Leitaria Agogo (lotes de Leite, em crioulo), uma empresa de laticínios de base  cooperativa, em um projeto que encoraja as mães a levarem os filhos para a escola em troca de refeições gratuitas. Isto está sendo feito com base no programa  Bolsa Família ( um esquema de apoio social brasileiro), e financiados com dinheiro do governo brasileiro.
No Mali a produção de algodão está em franco crescimento na fazenda experimental dirigida pela Embrapa, empresa brasileira de pesquisa e desenvolvimento. Odebrecht, uma empresa brasileira de construção civil ( uma das maiores da América Latina ) está a construir  o fornecimento de água em Angola e é já um dos maiores empreiteiros em toda a África.
Sem atrair muita atenção, o Brasil está a se tornar rápidamentenum dos maiores p restadores de ajuda aos países pobres, em todo o mundo. Os números oficiais não refletem esta situação. O Assistência de Cooperação Brasileira (ABC), que providencia  assistência técnica (consultiva e científica de projectos), tem um orçamento de apenas R$52mio ($3om) este ano. Mas estudos efetuados pelo British Overseas Development Institute  e pelo Canada’s International Development Research Centre estimam que outras instituições no Brasil gastam 15 vezes mais o orçamento do ABC, com os seus programas individuais de assistência. O país contribui igualmente para o programas das Nações Unidas destinado ao Desenvolvimento  (PNUD) em $2om-25m por ano, mas o verdadeiro valor dos bens e serviços que presta, considera o líder do PNUD no Brasil, éde $1oom. A isto adicione-se :  US$ 30mio que o Brasil fornece ao World Food Program;  Compromissos  para o Haiti de $35om; bits e bobs para Gaza; e os US$ 3,3 bilhões em empréstimos comerciais que as empresas brasileiras têm obtido nos países pobres desde 2008 junto ao Banco de Desenvolvimento do Estado (BNDES ), e o valor total do contributo brasileiro para o desenvolvimento atingem os  $4 bilhões por ano (ver quadro na página Seguinte). É inferior a China, mas de forma semelhante a generosos doadores como a Suécia e Canadá e, ao contrário deles, o Brasil tem aumentado as suas quotizações . Os gastos da ABC'S tem triplicado desde 2008.
A assistência na África contribui para o Brasil competir com a China e Índia para consolidar o seu poder de influência no mundo em desenvolvimento. Ele também granjeia apoios para a conquista de  um lugar permanente no Conselho de Segurança da ONU.
Além disso, a ajuda faz todo o sentido em termos comerciais. Por exemplo, o Brasil é o produtor do mundo mais eficiente em etanol, e pretende criar um mercado mundial do combustível verde. Mas não o pode fazer já que é o único verdadeiro fornecedor mundial. Estender a tecnologia do etanol para os países pobres gera novos  provedores, aumenta as chances de um mercado global e gera negócios para empresas brasileiras.
Mas se a ajuda é um guia, muito terá de mudar antes de que o Brasil ocupe o lugar do mundo que o seu presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, anseia. 

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